segunda-feira, 9 de março de 2009

Iniciação á canoagem


Arganil - Côja - O Rio Alva
GPS: N 40º 16' 7.57'' , W 7º 59' 18.67''
O nosso local escolhido para a actividade foi Côja, uma bonita aldeia do Centro do País, pertencente ao concelho de Arganil, e banhada pelo cristalino Rio Alva de águas baixas, num local abençoado pela natureza e pelo fresco ar do rio.
A nossa 1ª actividade de canoagem no meu "SIROCCO" da Sevylor, excelente marca, belíssima canoa, grande aventura.
"O desporto é a única profissão que eu conheço na qual, quando você se aposenta, tem de começar a trabalhar."
(Earl Warren)

Capitão Haddoc
"O Homem do Leme."
O problema é que adquirimos estes equipamentos e não trazem livro de instruções de navegação nem a técnica da pagaia, foi mesmo á pazada autodidacta que aprendemos, velho espírito de português e marinheiro... "Siga marinha".

A nossa equipa aquática " The Fox Patrol "
O nosso baptismo de canoagem, ao principio foi difícil, pazada para cá, pazada para lá, e ali andávamos em círculos sem sair do mesmo sitio, mas tanta pazada demos na cabeça e na cara dos banhistas na zona de banhos, (que aliás no fundo até deu jeito para impulsionar a canoa para a frente), mas sem perder o status e a boa educação, lá ia dizendo sempre com uma vénia: Desculpa lá pá já é a 2ª vez, pardone moi mon ami, chupa, papa, Hops sorry, temos pena, molha a cabeça que isso passa, excuse me please mi laydi.
Mesmo assim fui considerado "persona non grata" e inimigo publico, porque seria?

 
Com o nosso Espírito aventureiro, lá nos safemos!
" Sempre sorrindo ás dificuldades "

No final de grande estardalhaço, fomos obrigados a atinar e a remar com as pagaias ordenada e ritmadamente para sairmos direitinhos, zarparmos dali e pormo-nos a milhas, antes que me esfarrapassem a canoa que era novinha á estreia, pareciam Jacarés á minha volta, foi difícil desviar o transito, mas a pesar das circunstancias, lá passamos a tal da "Taprobana", e foi assim observados pelos "velhos do Restelo" que nos tornamos marinheiros.

  Ai, hui...!
Difícil, Bom bordo - Estibordo, sem sair de bordo.

 
Ao principio foi grande a confusão, mas depois lá atinamos, até parecia que o fazíamos há anos, já não havia segredos, foi uma questão de algumas horas.

  Certinhos e direitinhos como verdadeiros atletas da modalidade, deslizamos ao sabor da corrente nas águas clamas do rio Alva, ladeados de uma beleza divina.

  O cenário era lindo, tal e qual um rio da Amazónia, uma vegetação densa e luxuriante, o cantar melodioso das aves, o grito dos corvidios, o coaxar das rãs, e o voo rasante de lindas Libelinhas azuis, a limpidez do rio onde se podia observar as cobras de água e o bater suave e ritmado das pagaias nas águas calmas do rio e o salto de um ou outro barbo do rio, rompiam o silencio do lugar, já longe, o basqueiro dos Jacarés tinha ficado para trás na zona de banhos.

  Depois de muito remar, eu e o nosso "agile bow" Sérgio, lá atracamos num lugar deserto a quem eu dei o nome de "Porto Seguro" era calmo para almoçar e retemperar forças, umas coisitas leves, só para não voltar atrás, ali não havia perigo.

Eu é que sei, sentia-me o homem do leme, um mestre da pagaia, um velho lobo do mar, eu era encarnação do "Capitão Archibalde Haddoc", afinal até somos de uma família de arrais e marinheiros.

O meu bisavô Joaquim António Espada também foi marujo,
e o meu trisavô Manuel de Sousa era "catraeiro" por isso está-nos no sangue.

Levantamos ferro e zarpamos por aquelas paisagens verdejantes, pois havia ainda muito para navegar e a explorar naquela progressão de reconhecimento.

  Retomamos os treinos de navegação, e nem sentimos as horas a passarem, quando demos por elas estava o sol a por-se, o que conferia á paisagem uma luz sépia, duma beleza digna de se ver, era uma boa hora para regressar, ao sabor da corrente, os outros já não estavam lá.

Chegamos a bom porto não havia nativos indígenas á vista, sentia-se o cheiro no ar do carvão a arder nos fugareiros do parque de campismo, cheirinho a grelhados fazia-nos abrir o apetite depois daquela actividade, eram horas do jantar, os indígenas no acampamento já davam ao bigode a encher a pá, tudo parecia sereno, acostamos e saímos de mansinho, metemo-nos debaixo da canoa e avançamos para o nosso quartel general da "Fox Patrol".

O apetite era do tamanho mundo, terminamos a actividade do dia com um belo de um churrasco misto, de fêveras, entrecosto, linguiças e salsichas, acompanhado de arroz e salada, um queijinho de cabra e um tinto lá da terra, para retemperar as calorias perdidas, foi uma aventura inesquecível.
Nos dias seguintes encontramos outra descida para o rio, onde não havia ninguém para nossa sorte.
Um abraço para a gentes do conselho de Arganil. 


Mas para aprender mais sobre canoagem espreitem este sitio:



Pequeno glossário de termos específicos das actividades de desportos com remos:
Agile Bow: Um membro de uma tripulação de remos, que é o responsável por sair do barco na margem e segurar o barco.


Águas baixas: Fluxo do rio abaixo do previsto. Podem aparecer mais rochas e obstáculos, os rápidos tornam-se mais técnicos.
Águas Bravas: Água em movimento, cuja superfície fica turbulenta ou com espuma, seja por passar por rochas, ou por passar por canais de rio estreitos, ou ainda por uma inclinação escarpada.
Águas elevadas: Fluxo do rio acima da média prevista. Torna as correntes mais rápidas. Alguns rápidos tornam-se mais fáceis, outros mais difíceis.
Ângulo do barco: O ângulo do barco relativamente à corrente.
Anteparo: Compartimento fechado na proa ou popa de uma canoa ou caiaque cobertos. Inicialmente usado para flutuação, mas também como área de armazenamento.
Balde: Um recipiente ou balde aberto usado para remover água do bote.
Barco a remos: Um bote com uma tripulação de remadores e um guia.
Barco líder: O primeiro barco da flotilha, frequentemente liderado pelo líder da viagem.
Barco varredor: Um barco equipado com utensílios de primeiros socorros, de segurança e de salvamento, que normalmente aparece em último na flotilha.
Bote de borracha: Um barco insuflável com dois pontões normalmente movimentado através de remos presos ao barco.
Buraco: Uma depressão no rio causada por correntes de água inversas. Também pode ser chamado de hidráulico.
Cabine do piloto: Uma abertura no convés de um caiaque ou canoa fechada, onde o remador se senta.

Cascata: Uma queda de água de um terraço situado no leito do rio.
Casco: O corpo da canoa ou caiaque; a área com o maior impacto na forma como o barco e a água interagem.

Colete salva-vidas / Buoyancy Aid: Dispositivo pessoal de flutuação, aprovado pela guarda costeira, e usado como um colete.
Comandos de remar: Instruções usadas pelo guia para comunicar com a tripulação.
Conversa de segurança: Uma conversa antes de cada viagem, na qual os remadores aprendem alguns conceitos de segurança no rio.
Convés: Área fechada acima da proa e / ou da popa da canoa ou caiaque.
Corrente: Movimento horizontal da água.
Declive: Queda de elevação na correnteza de um rio. O grau de inclinação é normalmente expresso em números de pés diminuído por milhas.
Dry bag, Day bag: Um saco estanque para guardar equipamento no rio, ajuda a manter as coisas secas.
Dry suit: Um fato desenhado para manter toda a água fora, sobre o qual qualquer peça de roupa pode ser usada.
Duckie: Um barco insuflável para uma ou duas pessoas, normalmente remado com duas pás. Também conhecido como caiaque insuflável, Funyack, Splashyak.
Enrolado: Um barco mantido contra uma rocha ou outro objecto pela força da corrente.
Exploração: Inspeccionar visualmente um rápido da margem do rio para seleccionar a melhor rota para o navegar.
Fato de neopreno: Um fato de neopreno, que permite a entrada de uma pequena quantidade de água, para ajudar a aquecer o corpo.
Ferry: Atravessar uma corrente ou rio, sem se movimentar na direcção da corrente do rio.
Final: O ponto onde a viagem de rafting termina e os botes são retirados do rio.
Flip: Um barco volta-se de cabeça para baixo através de uma onda, rocha ou outro contratempo.
Flotilha: Um grupo de barcos juntos numa viagem.
Gancho do barco: Uma corda pequena ou um aparelho de pega que passa através da proa / convés de um caiaque ou canoa.

O Capitão sou eu!
Guia: A pessoa que pilota o barco rio abaixo, dando instruções de remo à tripulação, (é o capitão do remo).
Hidráulico: Um grande buraco com a água a fluir ao contrário.
Hipotermia: Descida da temperatura média do corpo, causada por uma perda de calor do corpo mais rápida do que a sua produção. A hipotermia é uma ameaça quando a temperatura da água anda abaixo dos 10ºC.
Hoopi: Teia tubular com múltiplas funções para manobrar o barco e na sua preparação.
Líder da viagem: Um guia designado para que a viagem corra o mais agradavelmente o possível.
Linha de água: Uma linha alcançada pela água ao longo do casco do barco; a forma da linha de água e as características do barco mudam à medida que a carga muda.
Linha de remoinho: Quando a água que fluí rio acima passa pela água que fluí rio abaixo.
Margem direita do rio: A margem direita do rio, no sentido da corrente.
Margem esquerda do rio: A margem esquerda do rio, no sentido da corrente.
Mosquetão: Um clipe, usado para segurar coisas ao barco, e para construir sistemas de segurança e salvamento.
Pá: Extremidade larga e achatada do remo, usada para propulsão.
Piscina: Área com águas paradas, sem rápidos.
Popa do navio: A parte de trás do navio.
Proa: A parte da frente do barco.
Put-in: O ponto de partida de uma viagem de rafting, na qual os botes são colocados na água.
Queda de água: Um rápido de águas bravas, normalmente de pequena duração, que começa e acaba com águas relativamente calmas em vez de terminar numa corrente contínua de água.
Queda de água: Um rápido tipo “terraço”, onde o “terraço” não é vertical. Uma queda de água é pela sua natureza um meio-termo entre um rápido e uma cascata.
Queda de água: Um canal estreito através do qual o fluxo da água é mais rápido e mais profundo do que o fluxo normal.
Quilha: Uma linha central ao longo do barco para prevenir (teoricamente) escorregar para o lado. Adiciona rigidez e funciona como suporte ao casco.
Rafting: Modalidade desportiva, que consiste na descida de um rio numa embarcação ou num “dinghy” de borracha usando remos para contornar obstáculos, evitando sempre virar a embarcação (causando, assim, a queda da tripulação no rio).
Rápidos: Uma série de ondas ou turbulência.
Remada: Técnica para remar usando “golpes” para baixo e para a frente para estabilizar uma canoa ou caiaque inclinados.
Remo: Uma longa pá, ligada ao barco por toleteiras e usada para remar.
Remo do bote: Um remo com uma única pá com uma grande superfície, que se segura nas mãos e não estão presas ao barco, usado para mover o barco para a frente ou para trás. Pode ter só uma única pá (para rafting e canoagem) ou dupla (para andar de caiaque, “solo cats”, caiaques insufláveis).
Remoinho: Uma corrente de água com uma corrente contrária que cria um pequeno remoinho.
Run: Uma secção do rio que é navegável.
Saco de Salvamento: Um pequeno saco que contém uma corda enrolada para efectuar salvamentos no rio.
Sportyak: Um tipo de barco pequeno a remos com guia, típico no Sudoeste da América. Bastante visto nos rios de Utah's Green e San Juan. Anexos
Stopper: Uma onda parada, na qual a maior parte das ondas bate e volta para trás (rio acima). Buraco, por exemplo, um dreno da rocha é um “Stopper”, criado pela água que cai sobre esta.
Strainer, Sieve: Uma abertura ou aberturas, pelas quais a água pode cair, mas não um objecto sólido, tal como uma pessoa ou barco. Normalmente formado por árvores nas margens, ou por rochas umas em cima das outras, com água a correr ao longo delas. Uma das mais perigosas características do rio.
Transporte: Transportar os barcos à volta de um rápido, o qual o líder do grupo não sinta que a sua tripulação consiga passar com o sucesso e segurança.
Trim: Um barco “trim” é nivelado, lado a lado e do início ao fim do barco. Isto através de alteração da carga ou da posição dos remadores.
Viga mestra: A largura do casco de um barco, medida no ponto mais longe.
Virar: Acontece quando uma canoa ou caiaque ficam presos na corrente contra uma obstrução e viram de lado. Isto pode resultar em graves danos, já que a força da corrente envolve o barco à volta do obstáculo.
“Z-Drag”: Um sistema de libertação usado para dar uma ajuda mecânica, ao tentar libertar um barco.

1 comentário:

Unknown disse...

Grande aventura, grande descrição...
Estou a pensar em comprar um desses kaiaks (esse modelo em particular). É fácil de seguir em linha recta, ou anda-se sempre aos círculos? Permite uma velocidadezita razoável ou temos a sensação de nunca sair do mesmo sítio?

Obrigado
Um abraço

Paulo

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